A importância da avaliação pedagógica especializada de alunos com dificuldades de aprendizagem em Matemática: um estudo de caso
DOI:
https://doi.org/10.35819/remat2018v4i2id3151Palavras-chave:
Dificuldade de Aprendizagem em Matemática, Ansiedade Matemática, Discalculia Secundária, Educação InclusivaResumo
Muito se discute sobre dificuldades e transtornos de aprendizagem, mas só recentemente surgiram estudos voltados às disfunções da numerosidade (SANTOS, 2017). Tratar de dificuldades de aprendizagem da Matemática é tema complexo, com pesquisas ainda em fase inicial. Por isso, tratar desse tema é fundamental para compreendermos melhor tal fenômeno e, assim, oportunizarmos melhores condições de aprendizagem aos alunos. Este estudo tem por objetivo avaliar pedagogicamente, por meio da metodologia do estudo de caso, as condições de aprendizagem de um estudante do ensino médio com dificuldades específicas de aprendizagem em Matemática, em uma instituição pública de educação. O estudante foi encaminhado institucionalmente para atendimento em um projeto de ensino de apoio pedagógico. A avaliação foi realizada em dez sessões de atendimento individual, uma vez por semana, com duração de uma hora, no turno inverso das aulas regulares. Foram realizadas anamnese e análise do histórico escolar em relação à Matemática. Ainda, foram aplicados sete instrumentos avaliativos, relacionados a habilidades cognitivas à aprendizagem da Matemática, ansiedade matemática e discalculia. Como resultados, encontrou-se um quadro muito próximo da ansiedade matemática, bem como obstáculos ao raciocínio matemático devido a dificuldades acentuadas nas funções cognitivas relacionadas à aprendizagem matemática, as quais se refletem em entraves na aplicação de procedimentos matemáticos, levando-o a graves dificuldades para resolver, em especial, problemas matemáticos. Diante dos resultados, percebe-se a importância de um trabalho colaborativo entre o professor do atendimento de apoio pedagógico e o professor da sala de aula regular, em prol de uma educação verdadeiramente inclusiva ao aluno.Downloads
Referências
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fifth Edition (DSM-V). Arlington, VA: American Psychiatric Association, 2013.
ARAÚJO, I. C. A disciplina de Matemática e o fracasso escolar na 5ª série do ensino fundamental de uma escola da rede municipal de ensino de Campo Grande/MS. Dissertação (Mestrado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2005.
BASTOS, J. A; CECATO, A. M. T.; MARTINS, M. R. I; GRECCA, K. R. R.; PIERINI, R. The prevalence of developmental dyscalculia in Brazilian public school system. Arquivos de Neuropsiquiatria, v. 74, n. 3, 2016.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9394 de 20 de dezembro de 1996. Casa Civil, Brasília: 1996.
CARMO, J. S. Ansiedade à matemática: identificação, descrição operacional e estratégias de reversão. In: CAPOVILLA, F. (Org.). Transtornos de aprendizagem: progressos em avaliação e intervenção preventiva e remediativa. São Paulo: Memnon, 2011.
DEVINE, A; SOLTÉSZ, F.; NOBES, A; GOSWAMI, U; SZUCS, D. Gender diferences in developmental dyscalculia depend on diagnostic criteria. Learning and Instruction, v. 27, p. 31-39, 2013.
EDUCAMAIS. Teste de Discalculia Online. Disponível em: http://educamais.com/teste-discalculia/. Acesso em: 20 maio 2018.
FONSECA, L. Protocolo Neuropsicopedagógico de Avaliação Cognitiva das Habilidades Matemáticas. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2013.
GONÇALVES, S. K.; MAIA, C. C. C. Discalculia: uma proposta de avaliação. VI Congresso Internacional em Avaliação Educacional. Anais... Universidade Federal do Ceará: Fortaleza, 2015.
KOSC, L. Developmental Dyscalculia. Journal os Learning Disabilities, v. 7, n. 3, 1974.
MEC. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. MEC/SECADI: Brasília, 2008.
MOYSÉS, M. A. A. A Institucionalização Invisível: crianças que não-aprendem-na-escola. 2. ed., Campinas: Mercado das Letras, 2014.
PONTES, J. P. O estudo de caso na investigação em educação matemática. Quadrante, v. 3, n. 1, 1994.
ROTTA, N. T.; OHLWEILER, L.; RIESGO, R. S. Transtornos da Aprendizagem. Abordagem Neurobiológica e Multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed, 2006.
SANTOS, F. H. Discalculia do Desenvolvimento. São Paulo: Pearson Clinical Brasil, 2017.
SARLET, I. W. A Eficácia dos Direitos Fundamentais: uma Teoria Geral dos Direitos Fundamentais na Perspectiva Constitucional. 10. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2009.
SEABRA, A. G.; DIAS, N. M.; ESTANISLAU, G. M.; TREVISAN, B. T. Transtornos de Aprendizagem. In: ESTANISLAU, G. M.; BRESSAN, R. A. (Orgs.). Saúde Mental na Escola. O que os educadores devem saber. Porto Alegre: Artmed, 2014.
SILVA, S. Questionário de Atitudes Face à Matemática (QAFM). Desenvolvimento, construção e estudo psicométrico com crianças e jovens do 2º e 3º ciclos do ensino básico português. In: CANDEIAS, A. Assessment of socio-emotional and academic competences: Development and validation studies with children and youth from Portuguese Elementary Education. Simpósio conduzido no I Congresso Internacional Envolvimento dos Alunos na Escola: Perspectivas da Psicologia e Educação. Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, Lisboa. 2012.
SIQUEIRA, C. M.; GURGEL-GIANNETTI, J. Mau desempenho escolar: uma visão atual. Revista da Associação Médica Brasileira, São Paulo, v. 57, n. 1, 2011.
STEIN, L. M. TDE - Teste de Desempenho Escolar: manual para aplicação e interpretação. São Paulo, SP: Casa do Psicólogo, 1994.
VILLAR, J. M. G. Discalculia na sala de aula de Matemática: um estudo de caso com dois estudantes. Dissertação (Mestrado Profissional em Educação Matemática) – Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2017.
YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. Trad. GRASSI, D., 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Declaração de acesso aberto: A REMAT é uma revista de acesso aberto, o que implica que todo o seu conteúdo está acessível sem custo para o usuário ou sua instituição. Os leitores têm permissão para visualizar, fazer download, copiar, distribuir, imprimir, pesquisar ou vincular aos textos completos dos artigos, bem como usá-los para qualquer outra finalidade legal, sem a necessidade de solicitar autorização prévia da revista ou dos autores. Essa declaração alinha-se com a definição de acesso aberto estabelecida pela Budapest Open Access Initiative (BOAI).