Etnomatemática e o Assentamento Rural Che-Guevara: pulsões de sobrevivência e transcendência no saber/fazer do assentado

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.35819/remat2021v7i1id4176

Palabras clave:

Etnomatemática, Assentamento Rural, Sobrevivência, Transcendência, Cultura

Resumen

Este trabalho refere-se a uma pesquisa realizada junto a um grupo de assentados do Assentamento Che-Guevara, localizado no município de Itaberaí/GO. Objetivou-se analisar nas relações sociais (pulsão de transcendência) e produtivas (pulsão de sobrevivência) os pressupostos da Etnomatemática no assentamento Che-Guevara. Foi mediada pelos seguintes questionamentos: De que modo a geração, organização (social e intelectual) e difusão de conhecimentos, por vezes matematizada, imbuída de importância sociocultural e essencial para a permanência na desses assentados na região, pode ser observada/presenciada/compreendida? E a partir de quais instituições sociais, nas quais os assentados atuam ativamente pelo compartilhamento de conhecimentos e comportamentos compatibilizados que os identificam e caracterizam como um grupo sociocultural? Ao entender que nas atividades produtivas e relações sociais há troca de saberes e fazeres (por vezes matemático) perguntou-se nesta pesquisa: Quais os processos de geração, organização (social e intelectual) e difusão do conhecimento matemático no sistema cultural do assentamento Che-Guevara em Itaberaí/Goiás? Para isso, nos respaldamos em D’Ambrosio (2002), principal pesquisador brasileiro diante do Programa Etnomatemática e sistema cultural que se constitui pela pulsão de sobrevivência e transcendência, Bergamasco e Norder (1996), Medeiros e Leite (1999) sobre a formação de assentamentos rurais brasileiros e relações sociais, Bertti (2002) e Araújo (2005), que apontam os assentamentos como instituições formativas, além de Santana (2008) que descreve a história de formação do Assentamento Che-Guevara e a trajetória de luta dos assentados. A metodologia que estruturou a pesquisa baseou-se na Etnografia: observações e entrevistas. Ao analisar as entrevistas, percebemos que os assentados [...]

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Biografía del autor/a

  • Lilian de Campos Marinho Cruz, Universidade Federal de Goiás (UFG), Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática, Itaberaí, GO, Brasil
  • Rodrigo Bastos Daúde, Universidade Estadual de Goiás (UEG), Curso de Licenciatura em Matemática, Campus Cora Coralina, Cidade de Goiás, GO, Brasil

    Doctorado en Educación por la Facultad de Educación (UFG). Máster en Educación, Ciencias y Matemáticas en UFG, Especialista en Matemáticas y Educación en Matemáticas en UEG. Licenciada en Matemáticas por la UEG / Câmpus Cora Coralina. Actualmente es un maestro efectivo en el curso de grado en matemáticas en UEG, campus Cora Coralina. Actualmente es Coordinador del Curso de Matemáticas. Trabaja en las siguientes áreas: historia de las matemáticas, cultura, educación no formal y etnomatemáticas. En esta misma institución, coordinó el Laboratorio de Educación Matemática-LEM (2013-2015), coordinó el Proyecto Institucional para la Iniciación Docente-PIBID de Matemáticas (2013-2015) Fue Coordinador del Curso de Pregrado en Matemáticas (2009 a 2014). Publicó los libros: Educación matemática: perspectivas contemporáneas (2013) y Educación matemática: nuevos contextos formativos (2014), ambos de la editorial América. Se han realizado estudios sobre el potencial del uso de espacios no formales en la formación y el desempeño del profesor de matemáticas, constitución de espacios educativos en medio de movimientos sociales.

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Publicado

2021-02-25

Número

Sección

Educação Matemática

Cómo citar

Etnomatemática e o Assentamento Rural Che-Guevara: pulsões de sobrevivência e transcendência no saber/fazer do assentado. REMAT: Revista Eletrônica da Matemática, Bento Gonçalves, RS, v. 7, n. 1, p. e2004, 2021. DOI: 10.35819/remat2021v7i1id4176. Disponível em: https://periodicos.ifrs.edu.br/index.php/REMAT/article/view/4176.. Acesso em: 11 oct. 2024.

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