A exclusão da língua espanhola no Instituto Federal Sul-rio-grandense

Autores

  • Sandra Salenave Instituto Federal Sul-rio-grandense
  • Ana Paula Seixas Vial Instituto Federal Sul-rio-grandense

DOI:

https://doi.org/10.35819/linguatec.v9.n2.7468

Resumo

A Lei 13.415/2017 tornou obrigatório, a partir do 6º ano do Ensino Fundamental, o ensino de inglês, relegando outras línguas estrangeiras, como o espanhol, ao status de optativas. Isso gerou a crescente exclusão do espanhol tanto nas escolas públicas quanto nas privadas. Este estudo visa a analisar a presença do espanhol nos currículos do Ensino Médio Integrado (EMI) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense (IFSul). O IFSul oferta educação profissional e tecnológica em diferentes níveis e modalidades de ensino da educação básica à superior, e possui catorze campi, recebendo reconhecimento, assim como outros Institutos Federais (IFs), por sua inovação e autonomia pedagógica. Para conhecer a realidade de oferta de línguas estrangeiras dos campi do IFSul, foi realizada uma pesquisa documental, através de coleta dos dados a partir dos registros institucionais disponíveis publicamente na intranet de cada campus. Assim, foi feita a análise dos currículos de cada campus dos cursos de EMI, da legislação vigente quanto à autonomia curricular dos IFs e das leis atuais que regulamentam a oferta de línguas estrangeiras na educação básica. Os resultados evidenciam que, embora o espanhol seja escolhido pelos estudantes, como no Exame Nacional do Ensino Médio como alternativa ao inglês, esse componente curricular é oferecido em apenas seis campi do IFSul, excluído até mesmo em cidades de fronteira com países falantes de espanhol. A exclusão da língua espanhola do currículo limita oportunidades dos estudantes da educação básica de ampliarem seus repertórios de participação em outras línguas e de ingressarem na universidade no idioma de sua preferência. Este trabalho é relevante, pois apresenta um panorama da oferta de línguas estrangeiras na rede de ensino do IFSul e pode contribuir para debates sobre o tema em instâncias deliberativas, como em reuniões do Conselho Superior.

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Biografia do Autor

  • Sandra Salenave, Instituto Federal Sul-rio-grandense

    Doutora em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2008). Possui graduação em Letras - Licenciatura Português e Espanhol (2004) e mestrado em Letras pela mesma universidade. Já ministrou aulas em cursos no Ensino Fundamental, no Ensino Médio, na EJA, em Especialização em Educação e no Ensino Superior. É professora do Instituto Federal Sul-rio-grandense, atuando no Campus Camaquã. Coordena projetos de ensino, pesquisa e extensão referentes à formação de leitores e à mediação de leitura. Participa dos Núcleo de Apoio as Pessoas com Necessidades Específicas e Núcleo de Gênero e Diversidade desde 2016. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Língua Portuguesa, Literaturas Brasileira, Portuguesa e Luso-africana, Ensino de Língua Espanhola.

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Publicado

2024-11-20

Edição

Seção

Artigos Acadêmicos

Como Citar

A exclusão da língua espanhola no Instituto Federal Sul-rio-grandense. (2024). LínguaTec, 9(2), 51-70. https://doi.org/10.35819/linguatec.v9.n2.7468